top of page

O Afeto é primo direto dos limites

Será que é possível colocar limites com Amor?


Tem sido bastante interessante o caminho feito no sentido da desconstrução deste tema, essencialmente, um caminho de autoconhecimento e de autodesenvolvimento.


Um questionamento que passa pela experiência, onde se coloca, por vezes, a questão autêntica: será mesmo possível? Será mesmo possível o amor ser tão infinito que nele caiba a capacidade de ser norteador, orientador para uma relação de colaboração entre nós e as crianças e na construção de uma relação empática, sincera e autêntica com as nossas crianças? Ou será que o medo, na função menos adaptativa de fazer obedecer, seja mais eficaz no balizar dos limites?


Sim, provavelmente, todos nós já ouvimos “Eu grito e eles calam-se!”. Certamente que todos já ouvimos “Eu coloco-o de castigo e ele para!” E este processo repete-se e repete-se vezes e vezes sem nos darmos conta.


A bola de neve só aumenta e a criança continua no seu apelo, à espera de alguém que a socorra do tormento emocional que está a atravessar.


O processo de colocar limites com amor leva-nos a olhar para dentro. Para dentro de nós. E esse processo não é de todo fácil. Há resistência e fuga! Muitas vezes queremos fugir, queremos de facto não lidar com o que aquelas crianças estão a espelhar e que provocam dentro de nós um turbilhão de emoções. Todas elas “super-emoções”!


Mas quando largamos o maior peso, o peso das expetativas, libertamo-nos!

Passamos a olhar para aquelas crianças vendo o maior potencial que existe nelas e consequentemente em nós mesmos!


A verdade é que como alguém muito sábio me disse certa vez, a expressão não verbal fala muito mais do que as palavras. E sinto que “é verdade!”. O olhar, olhar profundamente para a criança, expressar descontentamento pela seu comportamento, mas nunca pela criança, empodera a relação, fortalece-a!


Internamente há uma “voz” que se expressa e que é lida pelos olhos da criança: “ Eu gosto de ti! Eu sinto o teu potencial! Só não me sinto contente com o teu comportamento!” A criança naquele momento para, lê o teu olhar, sente e renasce. Renasce não para nós, mas para si própria! É escusado dizer que o comportamento se altera imediatamente, “milagrosamente”!


Na verdade o afeto [o AMOR] é primo direto dos limites!

Olhemos com amor para a forma como colocamos os nossos limites, de forma a nos empoderarmos e empoderarmos as crianças que APELAM por ajuda!


in Céu d'afetos,2018


Posts Recentes
Arquivo
Siga
  • Facebook Basic Square
bottom of page